NOTÍCIA | Vultos regionais

Schwantes o visionário semeador de cidades

Matéria produzida e publicada por Eduardo Gomes, Site Boa Mídia de Cuiabá

Por: Eduardo Gomes, site Boa Mídia
Publicado em 15 de Agosto de 2020 , 09h56 - Atualizado 15 de Agosto de 2020 as 10h02


Reprodução

 

 

O visionário Schwantes em 1975

Mato Grosso tem que cultuar a memória da figura ímpar do pastor Lutero Norberto Schwantes, que escreveu uma página de cidadania e de desenvolvimento que se renova a cada segundo nas cidades por ele fundadas e nas áreas agropecuárias surgidas de seus projetos ou no entorno dos mesmos. Schwantes foi um raio de luz que clareou as trevas do vazio demográfico  no Vale do Araguaia e Nortão, assentou alicerces sociais e econômicos e reconfigurou uma vasta região Amazônica no Brasil Central ao fundar as mato-grossenses cidades de Canarana, Água Boa, Querência, Terra Nova do Norte e Nova Guarita.

 

A luz irradiada por Schwantes foi muito além da Amazônia Mato-grossense. Ela também brilhou no Rio Grande do Sul, onde sua ousadia resolveu graves problemas agrários nos municípios de Tenente Portela, Nonoai, Guarita e outros.

Agricultores e pequenos pecuaristas expulsos ou ameaçados de expulsão de suas terras por índios caingangues foram trazidos para Mato Grosso por suas mãos. Esses brasileiros trocaram o pesadelo e a incerteza em seus lugares de origem pela paz e o horizonte que se descortinava no vazio amazônico mato-grossense.

Pioneiro no cooperativismo mato-grossense, Schwantes transformou sua Cooperativa de Colonização 31 de Março (Coopercol), fundada em 31 de março de 1971, no maior contribuinte do ICMS na Terra de Rondon.

Ousado como convém ao verdadeiro líder, Schwantes idealizou e operacionalizou uma informal companhia aérea denominada Viação Aérea Canarana, que atendia pela sigla VACA. Um bimotor Douglas C-47 de prefixo PP-YPU, da frota das aeronaves dessa empresa descansa sobre um pedestal na Praça Siegfried Roewer, em Canarana, como memorial de um período de luta, coragem e conquistas.

 

Antes de atuar em Mato Grosso Schwantes usou sua liderança natural para apoiar contestadores do regime militar, que precisavam cruzar a fronteira do Brasil no extremo Sul. Com sua fé cristã estendeu a mão a muitos jovens e os ajudou a deixar o país.

Em Mato Grosso sua ousadia o levou a colonizar legalmente uma área que pertencia ao Exército Brasileiro. Foi um feito inédito para a época, pois a Força Terrestre abriu mão de uma gleba reservada a treinamentos militares para que nela fossem assentados lavradores no eixo da BR-163, onde foram fundadas as cidades de Terra Nova do Norte e Nova Guarita.
 
O Schwantes que planejava tudo nos mínimos detalhes, que distribuía colonos por agrovilas por ele criadas, que semeava cidades, que tinha sempre a mão estendida aos que trabalhavam em busca de melhores dias para suas famílias era o mesmo pregador que elevava as mãos aos céus na Igreja Evangélica da Confissão Luterana. Um vulto igual a ele é eterno, permanece depois do adeus que é comum a todos os mortais. Por isso, o câncer de pele que o fez fechar os olhos para sempre em 17 de setembro de 1988 não o matou: simplesmente o levou para o patamar onde as gerações poderão reverencia-lo, sempre, por sua obra imorredoura.
 
O lado espiritual de Schwantes e sua condição humana formavam um só homem, um só filho de Deus capaz de amar o Criador com a intensidade que Ele deve ser amado, mas sem perder a indignação que séculos antes levou Martinho Lutero ao rompimento com a Sé Romana.
 
Lutero não fingiu indiferença nem compactuou com a venda de indulgências plenárias pela Igreja Católica Apostólica Romana, por entender que Deus não receberia pagamento material por pecados de seus filhos. Schwantes não cruzou os braços ao ver seus coestaduanos gaúchos ao léu, por falta de terra para plantar nesse país onde terra ociosa é exatamente o que mais existe.
 
Schwantes foi suplente de deputado federal constituinte pelo PMDB (1987/90), assumiu uma cadeira e ajudou a elaborar a Constituição da República Federativa do Brasil.
 
Que Canarana, Querência, Nova Guarita, Água Boa e Terra Nova do Norte por seus moradores reflitam sobre a importância de seu fundador, o pastor, jornalista, cooperativista, colonizador, político e sonhador Norberto Schwantes.

 

FOTO:

Acervo Câmara Municipal de Canarana

 

 

Liderança ouvida internacionalmente

 

 

Raoni o líder xinguano

Raoni chorou!

Aquele homenzarrão forte, com seu botoque inconfundível, roupas coloridas, símbolo e líder do povo caiapó, ouvido no mundo inteiro e recebido nos gabinetes mais importantes das nações desenvolvidas teimava em conter as lágrimas, que mais teimosas do que ele, rolavam por seu rosto queimado pelo sol xinguano. Com seu choro silencioso o lendário cacique Raoni Metuktire mostrava seu lado afetivo, familiar. Diante dele, no necrotério, em Nova Mutum, o corpo de seu filho Tedjê e de outros nove caiapós vítimas de um acidente na BR-163. Raoni se recuperou, mas com a morte da mulher, Bekwykà, o coração da maior liderança indígena brasileira entrou em descompasso e busca a superação, em sua aldeia.

 

Raoni é líder da Terra Indígena Capoto/Jarina, vizinha ao Parque Indígena do Xingu, mas sua voz se faz ouvir entre todos os aldeados brasileiros.

Foi ele quem despertou a comunidade internacional para os impactos ambientais que seriam causados com a construção da hidrelétrica Belo Monte, no Xingu, em Altamira, Pará. Graças ao seu grito o projeto sofreu adequações que amenizam a interferência na vida dos povos da floresta e nela própria.

Quando bradou contra o projeto de Belo Monte não era figura anônima. Entre abril e junho de 1989, apadrinhado por ninguém menos que Gordon Matthew Thomas Sumner o súdito de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II que atende pelo nome artístico de Sting, peregrinou por 17 países empunhando a bandeia pela vida caiapó.

Sting com o amigo Raoni

Líder nato, descendente de uma tradicional linhagem de caciques caiapós, bem antes de se aproximar de Sting, Raoni elevava a voz do inconformismo. Decidido e de poucas palavras, em 1984 Raoni se pintou com o urucum dos guerreiros para negociar a demarcação de Capoto/Jarina com o então poderoso ministro do Interior, coronel do Exército Mário Andreazza. Esse território mede 634.915,22 hectares, com a maior área em Peixoto de Azevedo, ao lado do Parque Indígena do Xingu, e se estende ao Vale do Araguaia em Santa Cruz do Xingu e São José do Xingu. Raoni saiu vitorioso e ainda deu um literal puxão de orelhas em Andreazza, gesto que repetiria em 1999, com o mato-grossense presidente da Funai e ex-vice-governador Márcio Lacerda.

Quando discutiu com Andreazza, Raoni sabia bem o que falava. Foi ele quem negociou com o engenheiro João Carlos de Souza Meirelles, o traçado da BR-080, que liga o Vale do Araguaia ao Nortão de Mato Grosso num trajeto que num curto trecho é ladeado por Capoto/Jarina e o Parque Indígena do Xingu. Essa rodovia foi estadualizada e rebatizada para MT-322.

Em 2006, quando um avião da Gol Linhas Aéreas colidiu sobre Capoto/Jarina com um jato executivo Legacy, causando 154 mortes, Raoni esteve entre os repórteres que foram ao local dos destroços. Ao contrário da fraqueza emocional demonstrada diante do falecimento do filho em Nova Mutum, o líder se manteve altivo. Removidos os corpos, entrou em cena o cacique, para negociar com o Ministério Público Federal e a Gol, uma indenização ao seu povo, o que conseguiu.

Radical, mas sem radicalizar, Raoni costuma se juntar a políticos e cumpre bem seu papel. Quando a Fifa escolhia as 12 sedes para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, ele veio a Cuiabá a convite do governador Blairo Maggi, para defender a capital mato-grossense junto ao cartola Ricardo Teixeira, da CBF, e o mandachuva Jérôme Valcke, que dava as cartas no futebol mundial.

Desde setembro de 2019 Raoni é uma das indicações ao Prêmio Nobel da Paz em 2020. Ele é o segundo brasileiro (e também mato-grossense) que recebe a honrosa indicação. Há intensa movimentação nas redes sociais em defesa de seu nome. Antes dele, em 1925 e 1957 o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, também esteve no rol dos indicados.

A proposta de indicação do líder xinguano partiu da Fundação Darcy Ribeiro; o físico Albert Einsten, em 1925, e o Explorer Club de Nova York, em 1957, apresentaram o nome do Marechal Rondon.

Antes da viuvez com o adeus de Betkwykà, Raoni era cidadão do mundo, acima do endereço domiciliar aldeado. Tanto podia se encontrar em Capoto/Jarina, como em qualquer outro lugar, independentemente de seu continente. Agora, em silêncio junto ao seu povo sai da cena internacional e com resignação entende que o ciclo da vida se fecha tanto para os grandes líderes, iguais a ele, quanto para os demais mortais.

 

FOTOS:

1 – Mayke Toscano – Site público do Governo de Mato Grosso

2 – Instituto Raoni

 

Forte presença feminina

 

Railda a guerreira

Railda do Afonso Leiteiro, não. Prefeita Railda de Fátima Alves. Afinal, ela venceu a disputa pela prefeitura no ano passado e administra o município de Nova Nazaré.

Logo após a instalação do município de Nova Nazaré, em 2001, Railda se mudou para aquela cidade acompanhando o marido Adercino Xavier de Carvalho e levando a filha Rayça no colo. Trocou Goiás, onde nasceu, pela aventura no Vale do Araguaia, em busca de dias melhores.

A viagem foi penosa na estrada empoeirada. A velha camionete Chevrolet C-10 movida a GLP – o gás de cozinha – levou o casal e a filha para o lugar que mais tarde os adotaria definitivamente.

Adercino é nome complicado. Daí o marido de Railda virou Afonso e mais tarde Afonso Leiteiro, graças a um lance de sorte. Quando a família chegou com a mudança, o Laticínio Xavante se instalava em Nova Nazaré e precisava contratar camionetes para puxar leite. Para não criar atrito, relacionou os interessados no transporte e sorteou alguns nomes. Afonso foi um deles.

O casal não tinha com quem deixar Rayça e a levava na C-10 estrada afora, na linha de leite. Railda dirigia. A filha era mantida numa improvisada cama no assoalho diante do banco do passageiro.

Afonso recebia e desembarcava os latões na plataforma. Railda passou sete anos na estrada, ao lado dele, sempre feliz e solidária. A princípio a filha era a única companhia constante dos pais. Mais tarde nasceu Filipe, que passou a dividir o espaço na cabine com a irmã.

“Quem é aquela morena candidata a vereadora?”, perguntavam os novatos do lugar. “É Railda do Afonso Leiteiro”, respondia a cidade. Com esse registro na Justiça Eleitoral elegeu-se vereadora pelo PPS em 2004, com 139 votos – campeã das urnas. Da Câmara para a Prefeitura foi um pulo. Railda venceu a eleição com 707 votos, pelo PPS.

Mulher obstinada e guerreira, Railda luta pelo município. É uma mistura de mãe e líder política de sua comunidade. É também um dos símbolos das mulheres que na força do trabalho escrevem a página das transformações sociais mato-grossenses.
 
O texto acima, escrito em 2009, conta parte da trajetória de Railda, que em 2012, pelo PSD se reelegeu com 880 votos – poucas mulheres conseguiram a façanha da reeleição para prefeitura em Mato Grosso.
 
A política não isolou Railda da realidade feminina, onde mulheres mundo afora lutam em todas as frentes possível em busca de espaço, de igualdade. A goiana que escolheu Nova Nazaré para viver não perde a simplicidade da leiteira ao volante, mesmo após três vitórias eleitorais consecutivas e de conquistar diploma de Pedagoga, com pós-graduação. Uma vencedora.
 
Não pensem que administrar um município pequeno igual a Nova Nazaré, hoje com 3.849 habitantes (IBGE – 2019) seja fácil. A prefeitura com orçamento reduzido, com receita de tributos municipais quase zero, o que a faz dependente dos repasses da União e Estado. A população engessada pelo turismo de saúde para atendimento de média e alta complexidade no Hospital Regional Paulo Alemão, na vizinha Água Boa, que é sede de sua comarca. A cidade distante dos grandes centros. O mosaico fundiário permeado por assentamentos da reforma agrária, que aguardam por emancipação; e com boa parte da zona rural sem regularização fundiária. Foi nesse cenário que Railda administrou por oito anos.
 
Quando se critica a classe política – realmente muito desgastada – é preciso que se faça as devidas ressalvas. Nos meios políticos num ponto perdido no Vale do Araguaia existe uma mulher de fibra, corajosa, trabalhadora e dedicada, que um dia deixou o volante de uma camionete que transportava leite para laticínio, subiu ao palanque, colecionou eleições e mostrou o caminho da cidadania e do desenvolvimento aos seus concidadãos na localidade que no passado era chamada de Borecaia.

 

NOVA NAZARÉ – Em 1984 os agricultores Paulo Sereno e Geraldo Vicente Faria chegaram ao rio Borecaia, área que pertencia a Água Boa. Na sequência outros em busca de terra para plantar e viver em paz iniciaram o cultivo de lavouras de subsistência. Assim, para suporte da comunidade rural nasceu a vila de Borecaia, que é o nome do rio mais próximo – na calha do rio das Mortes da Bacia do Araguaia.

O fluxo migratório fez Borecaia ganhar ares de vila e a igreja católica enviou a Irmã Vita, para evangelizar aquela comunidade. Elétrica, versátil, a religiosa passou a liderar a população e foi quem escolheu o nome Nova Nazaré, para substituir a denominação anterior, por acreditar que o espírito pacato da população lhe dava áreas de Nazaré, a cidade bíblica. Irmã Vita é o nome missionário adotado por Catharina Bubniak.

Prefeitura e Câmara de Nova Nazaré se instalaram em janeiro de 2001. O primeiro prefeito foi o pecuarista mineiro, adventista, José Marques de Queiroz, que não está mais entre nós.

Estudos apontam que Nova Nazaré será o porto mais ao Norte da Hidrovia Mortes-Araguaia, quando a mesma passar a ser explorada pela navegação comercial.

O município de Nova Nazaré tem grandes reservas indígenas da etnia Xavante. A Rodovia MT-326 divide a cidade ao meio. É a terra da guerreira Railda.

FOTO: Facebook de Railda

 

Meirelles identificado com Mato Grosso

 

 

Necessariamente quem faz por Mato Grosso não tem que viver nesta abençoada e ensolarada terra onde nasceu Rondon. O engenheiro civil, empresário e político João Carlos de Souza Meirelles é bom exemplo dessa realidade. Meirelles foi o responsável técnico pela construção da BR-158 entre Nova Xavantina e o trevo com a BR-242, executou o projeto urbanístico de Matupá e teve papel de destaque na fundação de Cotriguaçu e Juruena.

 

Meireles foi quem sugeriu ao empresário  Hermínio Ometto, o nome Matupá, para aquela cidade.

A cidade de Matupá nasceu de um projeto de colonização do Grupo Ometto, executado por Meirelles. O nome do lugar – conta Meirelles – surgiu acidentalmente. Operários descansavam à margem do rio Peixoto de Azevedo, perto da área urbana, quando um barranco se desgarrou e caiu na água sendo arrastado pela correnteza. Um índio que trabalhava para Meirelles lhe disse que aquilo era Matupá – pedaço de terra que fluta enquanto é levado pela água.

No final dos anos 1960, Meirelles foi o engenheiro que locou e construiu a rodovia de Barra do Garças a Alto Boa Vista (que ainda não existia). Essa via ganhou o nome de Estrada da Suiá-Missú, pois ligava a Barra àquela que era a maior fazenda do mundo, a Suiá-Missú, e que na sua região era conhecida como Fazenda do Papa. Mais tarde, a antiga rodovia ganhou a nomenclatura de BR-158, entre Barra e Estrela do Araguaia (vila demolida em dezembro de 2012 por um mandato de desintrusão que a transformou na reserva indígena Marãiwatsédé, dos xavantes).

Antes da Estrada da Suiá-Missú a ligação de Barra do Garças com Nova Xavantina (150 quilômetros) era feita por um picadão carrocável. Após Xavantina, rumo ao latifundio da Suiá-Missú não havia nem picada. Essa via facilitou projetos de colonização do pastor Norberto Schwantes, que em suas margens fundou Água Boa, e em  eixo de influência, Canarana e Querência.

Em 2008 Meirelles tentou instalar em Rondonópolis um ambicioso projeto  que investiria R$ 3 bilhões na produção de biodiesel e energia elétrica, por meio do Grupo Cluster de Bioenergia composto por um consórcio de empresas de vários setores que abrangia empresas e investidores da agroindústria até o petróleo. Por pressão politica esse plano foi transferido para o Vale do Araguaia, com sede em Água Boa. Em 2013, com o Brasil em crise, o plano encolheu para R$ 1 bilhão, mas não se viabilizou.

Meirelles foi vereador e presidente da Câmara de São Paulo; o regime militar cassou seu mandato. No governo paulista exerceu cargos de secretário em diversas áreas. Presidiu o Conselho Nacional de Pecuária de Corte e a Associação dos Empresários de Amazônia. Exerceu outras funções relevantes no Brasil e em organismos internacionais.  Membro do diretório nacional do  PSDB, coordenou candidatura presidencial e ao governo  de São Paulo. Além disso, foi o autor do projeto urbanístico de Caracaraí, em Roraima.

Muito identificado com Mato Grosso, Meirelles mantém relação de amizade com mato-grossenses dos meios políticos e do agronegócio.
 
FOTO: Fiesp

 

O homem dos sete ofícios

 

 

Archimedes foi homem de sete ofícios

Poucos fizeram tanto por Mato Grosso quanto  Archimedes Pereira Lima, que dirigiu a Fundação Brasil Central (FBC), em Aragarças; fundou e presidiu a Companhia Cervejaria Cuiabana, em Cuiabá; a Usina Jaciara, em Jaciara; os jornais “O Estado de Mato Grosso” e “O Diário de Mato Grosso”, ambos em Cuiabá, além de vários outros, em Campo Grande e Aquidauana, ambas cidades de Mato Grosso do Sul, mas que á época pertenciam ao território mato-grossense.

 

Archimedes vivia o hoje, mas com os olhos no futuro. A linha do horizonte era o lugar mais baixo onde fitava. Nascido em Campo Grande prestou relevantes serviços ao Centro-Oeste.

Na FBC Archimedes tem atuação importante para o desenvolvimento de Barra do Garças e do Vale do Araguaia como um todo.

Em Goiás, Archimedes foi secretário de Estado e exerceu outras relevantes funções, inclusive na diretoria da Fundação Brasil Central, que tinha sede em Aragarças.

Em Mato Grosso, Archimedes presidiu a Imprensa Oficial do Estado (Iomat), foi membro do Instituto Histórico e Geográfico e da Academia Mato-grossense de Letras, participou da fundação da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) e do Rotary Clube de Cuiabá, e foi chefe da Casa Civil.

Rábula, Archimedes foi promotor interino na comarca de Nioaque (agora Mato Grosso do Sul). Foi o primeiro jornalista sindicalizado no Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, o que lhe conferiu o registro Número 01.

Autor de vários livros, Archimedes escreveu em 1941, “A Companhia Mate Laranjeira Vista por um Repórter”, importante obra sobre a economia na região sul do Mato Grosso anterior à divisão territorial para a criação de Mato Grosso do Sul.

Íntegro, Archimedes exerceu várias funções e nunca se envolveu em escândalo. Desde seu nascimento em 1º de janeiro de 1908 até seu adeus, em Cuiabá, em 21 de outubro de 1993, suas mãos foram limpas.

 

Sonhador, ousado, combativo, Archimedes construiu uma obra que somente alguém polivalente capaz de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo faria. Partiu deixando um legado singular aos filhos, netos, amigos, admiradores e a Mato Grosso.

Sua memória é reverenciada com seu nome dado à avenida que liga Cuiabá à antiga cervejaria por ele fundada. A Associação Comercial e Empresarial de Cuiabá instituiu o Troféu “Mérito Empresarial Archimedes Pereira Lima”, que outorga anualmente a empresa que mais se destaca no período.

FOTO: Álbum de Família

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JUARA MATO GROSSO



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