NOTÍCIA | ATENTADO
Senador Cid Gomes é baleado ao tentar entrar em quartel da PM com retroescavadeira
O Ministério da Justiça disse estar "acompanhando" o caso e que foram enviadas equipes da PRF e PF para Sobral para garantir a segurança do senador Cid Gomes.
Por:
Clarice Cardoso, do UOL, em São Paulo
Publicado em
20 de Fevereiro de 2020 ,
06h27
- Atualizado 20 de Fevereiro de 2020 as 06h34
Reprodução Facebook
O senador Cid Gomes, 56 (PDT), foi baleado hoje à tarde em Sobral, no interior do Ceará, em meio a um protesto de policiais militares. Vídeos do momento dos disparos mostram Cid pilotando uma retroescavadeira para tentar furar o bloqueio de policiais que reivindicam aumento salarial.
A assessoria do senador afirmou que o disparo partiu de uma arma de fogo depois de informações preliminares darem conta de que ele havia sido atingido por um tiro de borracha. Segundo o hospital que o atendeu, foram duas balas que atingiram a clavícula e o pulmão esquerdo. Seu estado de saúde era estável até o início da noite de quarta.
Em vídeo publicado horas antes, Cid disse que ia ao estado por estar "inconformado" com as cenas de um quartel da PM interditado por viaturas paradas e com pneus esvaziados, estacionadas por policiais que não concordam com a proposta de reajuste feita pelo governo. Na semana passada, um acordo entre o estado e a categoria chegou a ser anunciado.
Mais cedo, comerciantes do centro do município de Sobral fecharam as portas depois de receberem ordens de supostos grupos de policiais. Muitos moradores foram às redes sociais dizendo-se preocupados com a situação.
Antes do episódio, o governador Camilo Santana (PT), informou que pediu apoio das tropas federais ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e ao ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira.
Segundo Ciro Gomes, irmão de Cid, os disparos não atingiram órgãos vitais: "Espero serenamente, embora cheio de revolta, que as autoridades responsáveis apresentem prontamente os marginais que tentaram este homicídio bárbaro às penas da lei".
O Ministério da Justiça disse estar "acompanhando" o caso e que foram enviadas equipes da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal para Sobral para garantir a segurança do senador Cid Gomes.
Ao saber do episódio, o ministro da Justiça, Sergio Moro, abandonou cerimônia em que estava. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (sem partido) afirmou que o senador Cid Gomes, que foi baleado hoje no Ceará, teve uma "atitude insensata" ao tentar invadir um quartel da PM.
