Unemat destaca importância de ter primeira professora surda mestre
Andréa dos Santos Leite foi a primeira surda a concluir mestrado na Universidade do Estado de Mato Grosso, no dia 28 de dezembro, e é a terceira surda de MT a conquistar o título
A professora Andréa dos Santos Leite foi a primeira surda a concluir um mestrado na Universidade do Estado de Mato Grosso. A defesa da sua dissertação “As línguas indígenas de sinais em Mato Grosso: notícias de uma professora surda” no mestrado em Linguística da Unemat ocorreu no dia 28 de dezembro. Ela é a terceira surda do Estado a conquistar o título de mestre.
Andréa, que também é professora efetiva da Unemat desde 2014, atua no câmpus Jane Vanini, em Cáceres, e destaca o apoio que teve da família para a educação e também a postura inclusiva da Unemat.
“A conquista desse título veio através da base que é a minha família, além disso, sou a primeira mestra surda pela instituição, isso prova que a Unemat cumpre o seu papel no ato de incluir, unir e aceitar as diferenças com um ensino de qualidade ao adentrar em um ambiente completamente novo. E agradeço ao Programa de Pós-graduação em Linguística por aceitar abrir as portas para a inclusão no Mestrado e Doutorado”.
A pesquisa de mestrado da professora procurou identificar a utilização de línguas de sinais entre indígenas surdos em Mato Grosso. A pesquisa seguiu o exemplo dos estudos de Shirley Vilhalva que realizou um mapeamento de línguas de sinais emergentes em comunidades indígenas existentes em Mato Grosso do Sul.
Similiar ao Estado vizinho, a professora da Unemat levantou dados que sugerem a existência de indígenas surdos que se comunicam por meio de outras línguas de sinais, além da Libras, e que carecem de melhores descrições e documentações. A pesquisa ainda relata o depoimento de uma professora surda que acompanhou um indígena, também surdo, no Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS).
A pesquisa foi orientada pelo professor doutor Wellington Pedrosa Quintino, e foi avaliada pelas professoras doutoras: Mônica Cidele da Cruz e Nilce Maria da Silva. A defesa ocorreu 28 de dezembro de 2021 em Cáceres.
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