Deputado Valdir Barranco coloca em "xeque" decisões tomadas por ex-juíza
Deputado também questionou conhecimento da legislação agrária por parte da ex-magistrada
O deputado estadual Valdir Barranco (PT) usou a tribuna do plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para criticar a juíza aposentada e pré-candidata ao Senado, Selma Rosane Santos Arruda (PSL), que recentemente defendeu que fazendeiros pudessem ter armas liberadas para “receber à bala” invasões de sem-terra.
Em entrevista, a magistrada aposentada afirmou que defende o armamento por parte dos produtores rurais, tendo em vista que eles não teriam como reagir a possíveis invasões de movimentos sem-terra. Nas palavras da ex-juíza, o trabalhador que tem a fazenda invadida ou saqueada, acaba sendo humilhado.
Ao rebater as declarações, Barranco chega a colocar em dúvida e questionar os procedimentos adotados por Selma em suas decisões, enquanto atuava no Judiciário. Nos últimos anos, Selma comandava a Vara de Combate ao Crime Organizado e Crimes Contra a Administração Pública e foi responsável por decretar as prisões de firgurões políticos, como o ex-governador Silval Barbosa e o ex-deputado José Riva.
“Ver uma ex-juíza, e aí me dá medo de pensar como ela tomava suas decisões enquanto juíza, dizer uma barbaridade dessa que os fazendeiros têm que ter arma liberada para matar os sem-terra. Temos é que acabar com os conflitos que resultaram na morte de 70 pessoas, só em 2017”, afirmou o deputado.
Valdir Barranco ainda alfineta a ex-magistrada, afirmando que ela não teria conhecimento da legislação agrária. De acordo com o deputado, Selma Rosane também errou ao afirmar que o Movimento Sem Terra (MST) é o maior grupo ativista em relação a reforma agrária no Mato Grosso.
Segundo o parlamentar, o MST é responsável por apenas 30% deste número. “Ela, que é do direito e deveria saber, que terra ocupada não pode ser objeto de desapropriação. Os movimentos sem-terra são experts em legislação agrária sabem disso e suas lideranças jamais permitem que ocupem uma área, porque sabem que se ocupar, o processo de desapropriação é automaticamente paralisado e não pode haver vistoria no imóvel por dois anos”, explicou.
MAIS NOTÍCIAS