PT oficializa no TSE candidatura de Haddad à Presidência
Chapa foi registrada pouco mais de 30 minutos antes do limite determinado
BRASÍLIA — O PT oficializou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira, a candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad à Presidência da República, no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi enquadrado pela Justiça Eleitoral na Lei Ficha Limpa devido a sua condenação em segunda instância na Operação Lava Jato.
O pedido de registro de candidatura da chapa do ex-prefeito, com a deputada Manuela Dávila (PCdoB) como vice, foi protocolado às 18h27min desta terça-feira no protocolo do TSE pela advogada Maria Claudia Bucchianeri. O prazo final para a chapa substituir a candidatura de Lula vencia às 19h.
— A candidatura de Haddad é definitiva, até porque a partir do momento que dermos entrada no novo requerimento de registro de candidatura todos os outros recursos anteriores relativos a uma candidatura que não existe mais perderão o objeto — disse Maria Claudia na entrada do protocolo no quinto andar do TSE.
No pedido, foram entregues as atas de PT, PCdoB e PROS que deliberaram pela nova composição da cologação.
Agora o registro de candidatura de Haddad e Manuela deve passar pelo mesmos trâmites dos outros pedidos de registro, com prazo de cinco dias para impugnação. O relator será o ministro Luís Roberto Barroso.
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Diferente do pedido de registro de Lula, realizado no dia 15 de agosto com uma mobilização da militância petista e de movimentos sociais e com a presença da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann e do próprio Haddad, o registro da candidatura do ex-prefeito foi mais discreto e contou apenas com a advogada.
Em entrevista, ela lamentou que as teses da defesa de Lula não vingaram na Justiça. Os advogados do petista insistiram em sua candidatura com base em uma manifeatação do Comitê de Direitos Humanos da ONU favorável à candidatura do ex-presidente.
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— Nós tínhamos muita confiança na tese que defendemos desde o início, quando recebemos o comunicado da decisão do Comitê de Direitos Humanos, tínhamos muita convicção de que teríamos êxito, senão no TSE no STF. Tínhamos muita convicção de que a candidatura seria registrada, alimentamos essa esperança, essa perspectiva, esse sonho até o minuto final — comentou a defensora.
A tese foi rejeitada por maioria no plenário do TSE e a chapa tinha até hoje a noite para oficializar um substituto. A defesa do petista ainda tentou mais um recurso ao STF para prorrogar o prazo para a substituição que foi negado nesta noite pelo ministro Celso de Mello.
— Como não foi possível ter uma resposta (do STF), a ordem da campanha, e essa foi uma decisão política e não jurídica, foi que as 18h em ponto Fernando Haddad renunciasse a sua candidatura a vice e que em seguida déssemos entrada na sua candidatura, na sua oficialização como candidato da coligação a presidente da republica, explicou a advogada.
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