França, Alemanha e Reino Unido pedem reunião sobre imigração
Países reconhecem a necessidade de tomar medidas urgentes.
Os ministros do Interior da França, da Alemanha e do Reino Unido pediram neste domingo (30) à presidência da União Europeia que organize uma reunião nas duas próximas semanas sobre a chegada de grande quantidade de imigrantes às fronteiras do bloco.
O francês Bernard Cazeneuve, o alemão Thomas Maizière e a britânica Theresa May fizeram um encontro no sábado (29), às margens da reunião de nove países europeus em Paris para reforçar a segurança no transporte ferroviário. O pedido para a cúpula só foi divulgado neste domingo através de comunicado, segundo a EFE.
Os ministros pediram a reunião em menos de duas semanas para poder assim "preparar eficazmente as decisões" do Conselho de Justiça e Interior que deve ocorrer no próximo dia 8 de outubro, e "avançar concretamente em diferentes pontos".
Os representantes dos três países destacaram a "necessidade de tomar medidas imediatas para enfrentar o desafio constituído pelos fluxos migratórios". Além disso, ressaltaram a urgência de iniciar o mais rápido possível, antes mesmo do fim do ano, os cadastros dos imigrantes que chegam à Itália e à Grécia na base Eurodac, identificando aqueles com "necessidade manifesta de proteção".
Eles também pediram o estabelecimento de uma lista de países de origem segura para poder completar o regime comum europeu de asilo, proteger os refugiados e garantir a efetividade das devoluções dos imigrantes ilegais aos países de origem.
Crise migratória
Nos sete primeiros meses do ano, o número de imigrantes nas fronteiras da UE chegou a 340.000, contra 123.500 no mesmo período em 2014, segundo a agência Frontex, responsável pelas fronteiras externas do espaço Schengen.
Nos últimos meses, as cenas de caos se multiplicam nos países do leste da Europa à medida que milhares de migrantes avançam para o continente de ônibus, de trem ou a pé.
Alguns governos europeus têm se recusado a receber refugiados e resistido a propostas da União Europeia para criar um plano comum para lidar com a crise, que está se intensificando devido a uma onda de imigrantes que fogem da guerra e da pobreza em África, na Ásia e no Oriente Médio, como informou a agência Reuters.
Neste domingo (30), o chanceler francês, Laurent Fabius, acusou países da Europa Oriental, nomeadamente a Hungria, de uma política "escandalosa" em relação aos refugiados, que vai contra os valores da União Europeia.
A crítica acontece um dia depois da Hungria anunciar que finalizou a construção de uma barreira constituída de três rolos de arame farpado que se estende ao longo de 175 km da fronteira com a Sérvia. O projeto, uma iniciativa do primeiro-ministro populista Viktor Orban, foi aprovado por ampla maioria no Parlamento húngaro. Segundo o ministro húngaro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, a cerca que a Hungria não viola quaisquer acordos internacionais.
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