Países e organizações prometem R$ 7,7 bilhões à ONU para Ucrânia
Segundo Nações Unidas, valores seriam destinados para ações humanitárias no país e para apoiar nações vizinhas com refugiados
Países e organizações prometeram 1,5 bilhão de dólares (R$ 7,7 bilhões) à ONU nesta terça-feira (1º) para apoiar urgentemente a resposta humanitária à guerra na Ucrânia, em uma rápida demonstração de solidariedade internacional.
"Esta é uma das respostas mais rápidas e generosas a um pedido humanitário urgente recebido até hoje", disse o porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, em entrevista coletiva.
A ONU anunciou hoje seu pedido de fundos para responder à crise na Ucrânia, com necessidades totais de 1,7 bilhão de dólares (R$ 8,7 bilhões), sendo 1,1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) para ações humanitárias no país nos próximos três meses e o restante para apoiar nações vizinhas diante do fluxo de refugiados.
Os valores foram anunciados em um evento em Genebra, no final do qual a organização disse ter conseguido arrecadar 1,5 bilhão de dólares, a maior parte do dinheiro necessário.
"Agradecemos aos Estados-membros e parceiros por sua generosa demonstração de apoio aos ucranianos e, como sempre, pedimos que essas promessas sejam rapidamente transformadas em ações", disse o porta-voz da ONU.
Entre as prioridades da operação humanitária estarão, por exemplo, a reabilitação de infraestruturas essenciais danificadas, o acesso a cuidados médicos e o apoio a pessoas que perderam todas as fontes de renda, como os aposentados que deixaram de receber pensões.
"As agências das Nações Unidas e nossos parceiros estão trabalhando 24 horas por dia, sete dias por semana para avaliar as necessidades humanitárias e aumentar a ajuda, em particular para mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em discurso.
No evento realizado em Genebra, o chefe humanitário da organização, Martin Griffiths, lembrou que, além de ter dinheiro, é essencial que o pessoal humanitário esteja protegido e apto a realizar seu trabalho.
Nesse sentido, o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, disse que "o apelo mais urgente que fazemos é para que as hostilidades parem. A menos que isso pare, veremos um aumento dos deslocamentos dentro e fora da Ucrânia".Grandi confirmou que no momento existem filas de dezenas de quilômetros nas fronteiras ocidentais da Ucrânia com dezenas de milhares de pessoas que querem deixar o país por medo de bombardeios russos.
Segundo o alto comissário, a primeira onda de refugiados que saem da Ucrânia é composta em grande parte por pessoas com alguns recursos ou com familiares ou amigos em outros países europeus, mas disse que se a guerra continuar, "pessoas com menos recursos e ligações" começarão a partir e que dependerão principalmente da ajuda humanitária.
MAIS NOTÍCIAS