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Na última semana, foi realizada na Câmara Municipal de Juara uma audiência pública com o objetivo de discutir medidas de prevenção às queimadas no estado de Mato Grosso.

O evento contou com a presença do prefeito Nei da Farmácia (PRD), do Major Reis e do Capitão Jamil, ambos do Corpo de Bombeiros Militar de Juína, além do Tenente Elton, da Polícia Militar.

Também marcaram presença servidores públicos e atiradores do Tiro de Guerra de Juara, que praticamente preencheram todo o auditório.

A baixa participação da população chamou atenção e foi criticada pelos presentes.

Durante o encontro, o prefeito Nei destacou a importância do evento e agradeceu a sensibilidade do governo estadual em relação ao tema das queimadas, enfatizando que, apesar de ser um problema recorrente, ações de prevenção e combate vêm sendo realizadas todos os anos.

Ele anunciou ainda que Juara deverá receber uma unidade do Corpo de Bombeiros, o que, segundo ele, vai aumentar a autonomia e capacidade de resposta a incêndios na região.

"Mal começou a seca e já tivemos uma casa incendiada em Juara e duas em Novo Horizonte. Não queremos que isso se repita. O início do período proibitivo de queimadas é 1º de julho e esperamos estar prontos para atuar com firmeza contra os crimes ambientais", disse o prefeito.

O jornalista Aparício Cardozo levantou dois pontos importantes durante a audiência: a ausência de penalidades efetivas para queimadas urbanas, que continuam ocorrendo livremente, e a demora na contratação dos brigadistas, cujo trabalho deveria iniciar junto com o período proibitivo.

Em resposta, o Major Reis explicou que o processo de contratação dos brigadistas e bombeiros temporários está em andamento, mas depende de trâmites burocráticos que envolvem o governo estadual.

“Nosso objetivo é iniciar os trabalhos em julho, mas tudo depende dos prazos administrativos. Já temos bombeiros temporários em formação que irão reforçar as ações”, afirmou o major.

O 1º Tenente Elton, da Polícia Militar, reforçou que as queimadas urbanas são proibidas em qualquer época do ano e destacou a necessidade de conscientização da população.

“Infelizmente, é um hábito cultural que precisa ser combatido. A PM atua na parte criminal, registrando boletins de ocorrência, mas a parte de multa e fiscalização é responsabilidade da prefeitura”, explicou.

Por parte do Corpo de Bombeiros, foi destacada a existência de uma legislação estadual que permite a aplicação de multas em casos de queimadas ilegais, principalmente na zona rural. Além disso, foi anunciada a implantação do Cicraf – sistema de cadastramento de propriedades e recursos de combate a incêndios, que permitirá uma resposta mais rápida e eficiente em caso de focos de fogo.

Apesar das discussões relevantes, ficou evidente que a audiência pública serviu mais como espaço de exposição de problemas do que de soluções concretas. A baixa participação popular também mostrou que ainda há um longo caminho até que a sociedade como um todo esteja realmente engajada na luta contra as queimadas, que causam prejuízos ambientais, financeiros e à saúde pública.

Com a chegada do período seco, o alerta está dado: a prevenção depende da atuação do poder público, mas também da colaboração da comunidade. O fogo, quando foge do controle, não escolhe alvo — e os danos podem ser irreparáveis.