NOTÍCIA | RISCO DE MORTE

Paranorte: Pai assume os riscos, tira esposa das mãos do médico e mulher dá à luz dentro do carro.

Criança nasceu no trecho entre Paranorte e Juara, na madrugada de 20 de janeiro.

Por: Aparicio Cardozo - Show de Notícias Juara
Publicado em 21 de Janeiro de 2022 , 11h34 - Atualizado 21 de Janeiro de 2022 as 11h52


Reprodução

Um fato inusitado, mas que já aconteceu outras vezes, ocorreu nessa quarta-feira, dia 20 de janeiro, na estrada de Paranorte à Juara, quando uma mulher deu à luz a uma menina dentro do veículo em que viajava com o marido.

Segundo informações que o Show de Notícias recebeu de moradores, o casal é do Pará e passava férias ou visitava familiares na região de assentamento, no interior de Juara, distrito de Paranorte.

De acordo com essas informações, a mãe de primeira viagem, Andressa Vitorino de Carvalho, idade não revelada, estava dentro da 39ª semana de gestação (38 semanas e 03 dias), chegou ao Posto de Saúde por volta das 22h13min do dia 19, foi atendida pelo médico da comunidade, Dr. Dúlio Clark, que teria constatado que a mulher estava com o colo do útero fechado e precisava ser removida para o Hospital Municipal de Juara.

No entanto, enquanto preparavam a ambulância e uma enfermeira para acompanhar a gestante, o marido de Andressa resolveu que ele mesmo traria a esposa em seu próprio carro, procedimento que pode ser chamdo de irresponsaável e não é aconselhável, pois a mãe precisava de acompanhamento, pelo menos de uma enfermeira.

Mas o marido não aceitou, teria dito que em duas horas eles estariam em Juara, colocou a esposa no seu carro e se deslocou rumo à Juara, porém, cerca de 50 minutos de viagem, a mulher entrou em trabalho de parto e acabou dando à luz dentro do veículo.

O Show de Notícias teve acesso à informação de que o PSF de Paranorte mobilizou sua equipe, composta pelo Médico Duílio Clark, a Enfermeira Josiane, a Técnica Eudes e o motorista Roberto, que ficaram de prontidão para prestar o atendimento à parturiente, mas, mesmo assim, o pai resolveu que ele mesmo levaria sua esposa, não aceitando a ambulância e o atendimento dos profissionais de saúde do distrito.

A mulher chegou às 22h13 minutos de quarta-feira no PSF, ficou até 23h30, sendo atendida pelo médico e a técnica de enfermagem, aí saíram para Juara, houve o parto no caminho e só chegaram no Hospital Municipal por volta das 08h30min.

Os profissionais de saúde da Paranorte ficaram sem entender a atitude do pai, que tirou a esposa das mãos do médico e, supostamente, acabou ele mesmo tendo que fazer o parto da esposa, segundo informações, usando uma faca que possuía.

É sabido, que o risco de um parto nestas condições é muito grande e não é aconselhável, podendo levar a mãe, a criança ou até as duas à morte ou deixar graves sequelas que poderão ser irreversíveis futuramente.

Um parto nestas condições, só deve ser feito em último caso, quando não se tem outro recurso e, neste caso, a mulher estava sendo assistida por uma equipe de profissionais da saúde.

O médico Dúlio Clark disse que ficou surpreso e que não conseguiram entender a atitude do pai, que tirou a esposa das mãos dele, para levar em um veículo particular, dizendo que em duas horas estaria na cidade, e, como todos sabem as condições em que as estradas se encontram nessa época do ano, ela deve ter balançado tanto, que a criança acabou nascendo de maneiro forçada.

O outro lado:

O Show de Notícias entrou em contato com o Hospital Municipal de Juara e pediu para ter acesso aos pais da criança, como só estava a mãe, ela ficou de falar com o marido e, caso ele concordasse em se pronuncias, entrariam em contato conosco. Estamos aguardando, mas, até o fechamento desta matéria, não tivemos resposta.

Orientação do Ministério da Saúde para um bom parto.

O nascimento no ambiente hospitalar se caracteriza pela adoção de várias tecnologias e procedimentos com o objetivo de torná-lo mais seguro para a mulher e seu bebê. Se por um lado, o avanço da obstetrícia contribuiu com a melhoria dos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatais, por outro permitiu a concretização de um modelo que considera a gravidez, o parto e o nascimento como doenças e não como expressões de saúde, expondo as mulheres e recém-nascidos a altas taxas de intervenções, que deveriam ser utilizadas de forma parcimoniosa e apenas em situações de necessidade, e não como rotineiras.

Esse excesso de intervenções deixou de considerar os aspectos emocionais, humanos e culturais envolvidos no processo, esquecendo que a assistência ao nascimento se reveste de um caráter particular que vai além do processo de parir e nascer.

Quando as mulheres procuram ajuda, além da preocupação sobre a sua saúde e a do seu bebê, estão também em busca de uma compreensão mais ampla e abrangente da sua situação, pois para elas e suas famílias o momento da gravidez e do parto, em particular, é único na vida e carregado de fortes emoções.

A experiência vivida por elas neste momento pode deixar marcas indeléveis, positivas ou negativas, para o resto das suas vidas. Por isso, torna-se imprescindível a qualificação da atenção à gestante, a fim de garantir que a decisão pela via de parto considere os ganhos em saúde e seus possíveis riscos, de forma claramente informada e compartilhada entre a gestante e a equipe de saúde que a atende.

As Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal nasceram de um esforço do Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Saúde da Mulher do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (CGSM/DAPES/ SAS/MS), em conjunto com diversas áreas do Ministério e outras instituições, sociedades e associações de profissionais (médicos e de enfermagem) e das mulheres, no intuito de qualificar o modo de nascer no Brasil.

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