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A Polícia Militar está à procura de um homem acusado de tentar matar a própria esposa ao oferecer-lhe uma xícara de café com veneno, em Juína, município localizado a 737 quilômetros de Cuiabá. O crime ocorreu no último domingo (5) e foi denunciado por uma enfermeira da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que atendeu a vítima momentos após o ocorrido. A mulher sobreviveu após receber atendimento médico de urgência.

Segundo informações repassadas pela equipe de plantão da UPA à Polícia Militar, a vítima relatou que passou mal logo após ingerir o café, preparado pelo marido. Ela percebeu um gosto amargo e estranho na bebida e, imediatamente, começou a sentir náuseas e tontura. O filho da vítima, ao notar a gravidade da situação, prestou socorro e a conduziu até a unidade de saúde, onde os profissionais constataram sintomas típicos de envenenamento.

Diante do relato, uma equipe da Polícia Militar foi deslocada até a residência do casal, com o objetivo de localizar e prender o autor do crime. No entanto, ao chegar ao imóvel, os agentes constataram que o suspeito já havia fugido. As buscas seguem em andamento na região, e a identidade do homem está sendo mantida sob sigilo para não comprometer a investigação.

A tentativa de feminicídio reacende o alerta sobre a violência doméstica no estado de Mato Grosso. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que, em 2023, foram registradas 1.464 ocorrências de tentativa de feminicídio no Brasil, sendo 56 delas em Mato Grosso. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 80% desses casos envolvem companheiros ou ex-companheiros das vítimas, como no caso registrado em Juína.

O envenenamento é uma forma silenciosa e cruel de agressão, muitas vezes associada ao planejamento prévio do crime e à tentativa de ocultar provas. Especialistas apontam que mulheres em relacionamentos abusivos frequentemente enfrentam dificuldades para romper o ciclo de violência, seja por dependência emocional, econômica ou medo de represálias. Por isso, a denúncia e o fortalecimento da rede de proteção são medidas fundamentais.

A Delegacia Especializada da Mulher de Juína assumiu a investigação do caso. A vítima segue em recuperação e deverá prestar novo depoimento assim que tiver condições clínicas. A Polícia Civil solicita que qualquer informação sobre o paradeiro do suspeito seja repassada de forma anônima através do 197. O caso é tratado como tentativa de feminicídio e será apurado com o rigor que a gravidade exige.