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Ex-deputado de MT revela "distensão" ao subir escada para receber suposta propina

Alexandre César também cita que pegaria parte de ex-colega do PT

Por: Folhamax- Diego Frederici
Publicado em 28 de Setembro de 2020 , 10h45 - Atualizado 28 de Setembro de 2020 as 10h49


Reprodução/Folhamax

O ex-deputado estadual Alexandre César (PT) admitiu ter ficado “tenso”, e ser acometido de uma “distensão”, pouco antes de receber uma suposta propina de R$ 50 mil das mãos de Sílvio Corrêa, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (sem partido), no ano de 2013. A informação consta de uma denúncia assinada pelos procuradores da república Vanessa Zago Ribeiro Scarmagnani e Vinícius Alexandre Fortes de Barros, no último dia 8 de setembro.

Além de Alexandre César, também foram flagrados (em gravações distintas) os ex-parlamentares Wagner Ramos, Carlos Antônio de Azambuja, José Domingos Fraga, Ademir Bruneto, Luciane Bezerra, João Malheiros, Airton Português, Luiz Marinho, Baiano Filho e Ermínio J. Barreto. Sebastião Rezende (PSC), Pedro Satélite (PSD, suplente) e Dilmar Dal Bosco (DEM) também foram denunciados e atualmente ainda possuem seus espaços no Poder Legislativo de Mato Grosso.

De acordo com informações da denúncia, Alexandre César reclama de uma distensão logo que chega ao gabinete ocupado por Sílvio Corrêa. Ele também admite que está “tenso” momentos antes de receber os R$ 50 mil de propina.

“Rapaz, me deu uma distensão na hora de subir a escada [...] Bem aqui, óh. Éh, muita tensão, véio”, diz o ex-deputado estadual apontando para o local da distensão no vídeo.

Alexandre César ficou quase 20 minutos no gabinete de Sílvio Corrêa. A conversa entre os dois ocorreu de forma “cordial”.

O ex-deputado estadual se comprometeu até mesmo a entregar uma parcela da propina ao seu colega, o também ex-parlamentar Ademir Bruneto, trabalho que seria do “braço direito” de Silval Barbosa, conforme trecho do diálogo transcrito abaixo.

Alexandre César: Deixa eu ver se meu nome tá. Ah, bom, e o do Bruneto, ele botou também?

Silvio Corrêa: Aqui

Alexandre César: Beleza

Silvio Corrêa: Então uma sua e uma do Bruneto

Alexandre César: Tá ok. Eu vou passar pra ele

Silvio Correa: Obrigado, cara!

DENÚNCIA

O MPF ofereceu uma denúncia contra Silval da Cunha Barbosa Barbosa, Sílvio Cezar Corrêa Araújo, José Joaquim de Sousa Filho (Baiano Filho), Luiz Marinho de Souza Botelho, Emanuel Pinheiro, Luciane Borba Azoia Bezerra, Alexandre Luis Cesar, Gilmar Donizete Fabris, Carlos Antônio de Azambuja, Ezequiel Angelo Fonseca, Jose Domingos Fraga Filho e Airton Rondina Luiz (Airton Português).

Com o objetivo de obter apoio não só de parlamentares, mas também de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) para a sua gestão, Silval Barbosa teria se “aproveitado” da circulação de recursos públicos em Mato Grosso em razão da Copa do Mundo Fifa 2014. Cuiabá sediou 4 jogos no torneio.

Na época, cerca de R$ 1 bilhão foi destinado ao Estado por meio do BNDES, da Caixa Econômica e Infraero. Outros R$ 1,5 bilhão foram utilizados para atender ao MT Integrado – um programa da gestão Silval que previa o asfaltamento de 2 mil quilômetros de rodovias.

“Nesse contexto de grande circulação de recurso público, um grupo de deputados do Legislativo Mato-Grossense arquitetou um esquema de recebimento de propina em troca de ‘apoio’ ao Poder Executivo nos projetos de lei de seu interesse, bem como colaborar na aprovação das contas do Governo, uma prática que seria cotidiana no relacionamento entre os Poderes. Tal prática, conhecida como ‘Mensalinho’, adotado desde tempos remotos na ALMT, teria permanecido até o final do ano 2014”, diz trecho da denúncia.

Silval Barbosa e Sílvio Côrrea viabilizaram os pagamentos de R$ 60 mil por mês aos parlamentares e ex-parlamentares. Eles foram denunciados por corrupção ativa e organização criminosa. Já o restante dos denunciados foram enquadrados por corrupção passiva e organização criminosa. O grupo pode pegar até 15 anos de prisão – sem contar eventuais agravantes do caso. A denúncia foi recebida no último dia 11 de setembro pelo juiz Federal da 5ª Vara de Mato Grosso, Jeferson Schneider.

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