Mendes: Jamais vou excluir alguém porque foi citado em delação
Governador eleito diz que ser citado em colaboração premiada não significa culpabilidade
O governador eleito Mauro Mendes (DEM) afirmou que pessoas citadas em delações não estão vetadas de uma eventual nomeação em sua gestão. Para o democrata, ser citado em uma colaboração premiada não significa, necessariamente, ser culpado de algo ilícito.
“Citação em delação não significa condenação, não significa processo, não significa nada, senão estaríamos vivendo em um estado absolutamente de exceção, de desrespeito a tudo. Temos que ter mais responsabilidade com as pessoas e respeito ao direito de defesa. Então, jamais vou excluir alguém porque um nome foi citado aqui ou ali em eventual delação”, disse, em conversa com a imprensa na última segunda-feira (22).
Cotados para assumir uma Pasta na futura gestão de Mendes, o ex-secretário de Fazenda da Prefeitura de Cuiabá, Pascoal Santullo Neto, foi um dos citados pelo empresário Alan Malouf em sua delação.
Ele teria, segundo o delator, participado de um episódio de doação ilegal para a campanha do governador Pedro Taques (PSDB) nas eleições de 2014.
“Temos que parar com hipocrisia de que se alguém é citado, já é culpado. Eu fui citado, tive busca e apreensão na minha casa e três anos depois, fui inocentado com parecer de todo mundo. Então, temos que ter mais responsabilidade”, disse, referindo-se à Operação Ararath, da qual foi alvo em 2014.
De acordo com Mendes, o principal critério para escolha de seu secretariado será a capacidade do futuro nomeado.
“Competência, eficiência, capacidade de trabalho, experiência, honestidade, uma série de fatores que leva à escolha de qualquer profissional. Principalmente na envergadura de ser um secretário de Estado”, afirmou.
Governador citado
O governador eleito preferiu não tecer comentário sobre as acusações que pesam contra o atual governador Pedro Taques (PSDB). O tucano é acusado de saber de esquemas de caixa 2 na sua campanha de 2014.
À época, Mendes era aliado de Taques e apoiou o projeto eleitoral.
“O governador vai ter o direito de se defender, como todo cidadão. Não me cabe ficar fazendo pré-julgamento ou o papel do Ministério Público e do Judiciário. Quem cabe tocar esse é assunto é o Ministério Público e o Tribunal de Justiça. A mim cabe cuidar da transição e, a partir de 1º de janeiro, cuidar do Executivo”, completou.
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