Polícia identifica autor de áudio com ordem para matar agentes
Uma das mensagens foi gravada por J.O.S., que cumpre pena na Penitenciária da Mata Grande
A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) localizou em Rondopólis ( 215 km de Cuiabá) um dos autores de um dos áudios ordenando ataques a agentes penitenciários, em Cuiabá.
Os audios foram divulgados em retaliação à morte de um detento durante um motim na Penintenciária Central do Estado, em Cuiabá, na manhã de terça-feira (20). Um deles ordena fuzilamento de viaturas com agentes.
Segundo as investigações, uma das mensagens que circulam em redes sociais foi gravada por J.O.S., que cumpre pena na Penitenciária Major Eldo Sá Correa (Presídio da Mata Grande), em Rondonópolis.
O suspeito possui passagens por roubo, tráfico de drogas e organização criminosa.
Foram realizadas buscas na cela em que o preso é mantido, e localizados três aparelhos celulares.
De acordo com o delegado do GCCO, Diogo Santana Souza, os celulares serão encaminhados para Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
“O objetivo é materializar as ameaças com a apreensão do aparelho utilizado pelo reeducando. As investigações estão em andamento para identificação dos autores dos demais áudios”, destacou o delegado.
O delegado ainda infatiza que os envolvidos poderão ser responsabilizados pelo crime de integrar organização criminosa com pena que pode chegar a 8 anos de prisão.
A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) foi acionada e realizou a condução do suspeito para Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis.
Áudios
Em um dos áudios, um criminoso convoca outras pessoas para matar os agentes, atacando veículos do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) e Serviço de Operações Especiais (SOE).
“Vamos fazer o seguinte: arrumar seis irmãos psicopatas para pegar uma viatura da GIR ou da SOE saindo com quatro caras e fuzilar os quatro, deixar eles tombados dentro da viatura. Daquele jeitão. Nós é o crime, não é o creme, não. Vamos por para agir” [sic], afirma.
Em outro áudio, um homem emite um “salve geral” ameaçando a vida dos agentes por terem supostamente matado o traficante.
“O ‘bagui’ tá louco dentro da penitenciária. [...] Mataram um mano nosso. Esses agente penitenciários se tiverem ‘moscando’ na quebrada, onde tiver. Esses caras não é polícia e tão pagando de louco, tá ligado? Esses mano desgraçado tão judiando dos mano lá dentro”, diz o homem, pedindo para que o áudio seja encaminhado para outros criminosos.
O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), João Batista de Souza, disse que tem conhecimento dos áudios atribuídos à facção, mas que o sindicato ainda está estudando o caso.
O motim
Um motim foi realizado nos raios 3 e 4 da maior penitenciária de Mato Grosso, após ser realizado uma revista feita por agentes penitenciários às celas. Na revista, diversos celulares, porções de drogas e armas brancas foram apreendidas.
Na ação, o traficante Jesuino Candido da Cruz Junior, de 27 anos, foi morto com um tiro na cabeça e outros quatro ficaram feridos.
Conforme o laudo de necropsia emitido na noite de terça-feira (21), Jesuino morrer com um tiro na cabeça, após confronto entre presos e agentes.
Outro motivo para o motim está em uma carta, datada do dia 12 de março, em que os detentos alegam insatisfação com o novo diretor da PCE, Francisco Revetrio.
Na carta, assinada por 45 presos, o diretor é acusado de torturar, xingar, cometer abuso de poder e espancar presos da unidade
Conforme o laudo de necropcia emitido na noite de terça-feira, Jesuino morreu com um tiro na cabeça, após confronto entre presos e agentes.
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